CINECLUBE FILOSOFIA

O Cineclube Filosofia tem como tema “Identidades, fronteiras e alteridades”. Seu objetivo é de exibir filmes em que a identidade surge como problema. Não há identidade que não se constitua sem violência e que, não determine o que deve permanecer fora, não integrado, a identidade do outro lançada à margem da inteligibilidade como alteridade.

Sob vários níveis, o Cineclube traz filmes em que a identidade se torna um problema tanto como cultura, como sociedade quanto como indivíduo que se defronta com uma sociedade já constituída. Desde o corte do primeiro século da América aos dilemas existenciais contemporâneos, as temáticas se entrecruzam até extravasar os limites e os recortes narrativos sobre identidade e diferença. Como a montagem, que para Eisenstein definia o que é o cinema como uma relação social, o cineclube entrará na montagem maior das narrativas para marcar suas descontinuidades contra o contínuo cronológico imperante que condena as vivências à amnésia.

O evento é totalmente gratuito e voltado ao público em geral, sem restrições, senão quando houver alguma do material selecionado quanto à faixa etária. O público participa do cineclube junto a convidados de diversas áreas, de professores a psicólogos e artistas.

CINECLUBE FILOSOFIA

PROGRAMAÇÃO

  • 25/05 – 19h30 – Como Era Gostoso o Meu Francês (Nelson Pereira dos Santos, 1971, 84m.)
  • 15/06 – 19h30 – Profissão: Repórter (The passanger, Michelangelo Antonioni, 1975, 126m.)
  • 06/07 – 19h30 – O Planeta Selvagem (La planète sauvage, René Laloux, 1973, 72m.)
  • 27/07 – 19h30 – Sermões: A História do Padre Antônio Vieira (Júlio Bressane, 1989, 78m.)
  • 17/08 – 19h30 – O Inquilino (Le locataire, Roman Polanski, 1976, 126m.)
  • 07/09 – 19h30 – Aguirre: A Cólera dos Deuses (Aguirre: der Zorn Gottes, 1972, Werner Herzog, 95m.)
  • 28/09 – 19h30 – Persona (Ingmar Bergman, 1966, 85m.)
  • 19/10 – 19h30 – Mary e Max: Uma Amizade Diferente (Mary and Max, Adam Elliot, 2009, 92m.)

INFORMAÇÕES

Quando: 25/05 às 19h30

Onde: Arthousebc / Rua São Paulo 581-1 / Bairro dos Estados / Balneário Camboriú / SC

Ingressos: Gratuitos a retirar na entrada do cinema

Inscrições: https://forms.gle/AuMdbFH74SMXdHko7

Informações: www.arthousebc.com

Patrocínio: Projeto realizado por meio de recursos da Lei de Incentivo à Cultura de Balneário Camboriú 2022, da Fundação Cultural de Balneário Camboriú

“Como Era Gostoso o Meu Francês”, de Nelson Pereira dos Santos

(Aventura, Drama- 84 min – 16 anos – Brasil – 1971- Condor filmes)

Sinopse: No Brasil de 1594, um aventureiro francês fica prisioneiro dos Tupinambás. Enquanto aguarda para ser executado, o estrangeiro aprende os hábitos dos índios e se une a uma selvagem, que tenta ajudá-lo a fugir.

Curiosidade: Quase todos os diálogos são escritos e falados na língua indígena nativa brasileira Tupi, conforme traduzido pelo cineasta pioneiro brasileiro Humberto Mauro, e também O filme foi ameaçado de ser vetado pela censura brasileira por retratar abundante nudez frontal, uma questão que foi ridicularizada por historiadores e pesquisadores de povos nativos brasileiros.

Direção: Nelson Pereira dos Santos / Roteiro: Humberto Mauro e Nelson Pereira dos Santos/ Direção de Fotografia: Dib Lutfi / Produção: Luiz Carlos Barreto, Cesar Thedim / Trilha Sonora: Guilherme Magalhães Vaz / Montagem: Carlos Alberto Camuyrano

“Profissão: Reporter”, de Michelangelo Antonioni

(Suspense, Drama- 126 min – 14 anos – França – 1975)

Sinopse: David Locke (Jack Nicholson) é um repórter enviado aos desertos africanos para relatar as atividades lá e descobre o cadáver de um conhecido, um homem chamado Robertson. Buscando escapar de sua vida mundana, Locke assume a identidade de Robertson descobrindo muitos segredos peculiares do homem morto, um dos quais é que ele está recebendo grandes quantias de dinheiro para fornecer armas ilegais a terroristas africanos. Ao longo do caminho, Locke vê uma garota atraente (Maria Schneider) e inicia uma conversa com ela. Quando Locke descobre que um de seus velhos amigos repórteres, Martin Knight (Ian Hendry), está procurando por Robertson para entrevistá-lo, Locke consegue a Garota para ajudá-lo a escapar e eles fogem juntos. Enquanto os repórteres e a esposa de Locke se aproximam da Polícia, o homem com a identidade roubada percebe alguns fatos sérios sobre sua vida e seu lugar no mundo.

Curiosidade: A execução de um prisioneiro neste filme não é encenada. Consiste em imagens reais de uma execução, Na cena em que Locke (Jack Nicholson) se deita em um laranjal, as laranjas não eram laranja o suficiente e tiveram que ser pintadas.

Direção: Michelangelo Antonioni / Roteiro: Mark Peploe / Direção de Fotografia: Luciano Tovoli / Produção: Carlo Ponti / Trilha Sonora: Ivan Vandor / Montagem: Michelangelo Antonioni, Franco arcalli.

“O Planeta Selvagem” de René Laloux

(Ficção científica, Animação – 72 min – 16 anos – França, Tchecoslováquia – 1973)

Sinopse: No planeta Ygam vive uma raça de seres alienígenas gigantes chamados Draags. Estes seres – que através da meditação atingiram os mais altos níveis do conhecimento – mantêm os humanoides Oms como animais domésticos. Até o dia em que os oprimidos Oms, liderados pelo rebelde Terr, decidem iniciar uma revolução.

Curiosidade: Uma razão pela qual a coprodução demorou tanto para ser concluída é que em 1968 os russos invadiram a Tchecoslováquia, o que causou um atraso.

Direção: René Laloux / Roteiro: Stefan Wul / Direção de Fotografia: Boris Baromykin / Produção: Václav Strnad / Trilha Sonora: Alain Goraguer / Montagem: Hélène Arnal, Rick Harrison

“Sermões: A História do Padre Antônio Vieira” de Júlio Bressane

(Histórico, Drama – 78 min – 18 anos – Brasil – 1989)

Sinopse: Narrativa que mistura o figurativo e o histórico sobre a vida do padre jesuíta Antônio Vieira, que nasceu em Lisboa em 1608 e foi assassinado na Capitania Hereditária de Salvador, em 1697.

Curiosidade: O filme foi idealizado durante doze anos, realizado em onze dias e estreou na televisão antes de entrar no circuito comercial.- Aclamado em Portugal, custou apenas US$ 100 mil.

Direção: Julio Bressane / Roteiro: Julio Bressane / Direção de Fotografia: Boris Baromykin / Produção: Júlio Bressane, Márcia Leite / Trilha Sonora: Lívio Trachtenberg / Montagem: Dominique Pâris

“O Inquilino” de Roman Polanski

(Suspense, Drama – 126 min – 16 anos – França – 1976)

Sinopse: Trelkovsky (Roman Polanski), um polonês que está vivendo na França, aluga um apartamento em um estranho e antigo edifício residencial, onde seus vizinhos, que na sua maioria são velhos reclusos, o observam com um misto de desprezo e suspeita. Ao descobrir que Stella (Isabelle Adjani), a última inquilina do apartamento, era uma mulher jovem e bela que cometera suicídio ao pular da janela, Trelkovsky gradativamente fica obcecado com a mulher morta. A obsessão e o clima do local, mesclado com o comportamento incomum dos vizinhos, faz Trelkovsky se convencer de que seus vizinhos planejam matá-lo.

Trailer: https://youtu.be/aDieS_jqPy4

Curiosidades: O material de origem para este filme é o romance francês “Le Locataire chimérique” do escritor-artista-ilustrador Roland Roland Topor, publicado pela primeira vez na França em 1964. O filme foi feito aproximadamente doze anos depois.

Direção: Roman Polanski / Roteiro: Julio Bressane / Direção de Fotografia: Sven Nykvist / Produção: Roman Polanski, Roland Topor / Trilha Sonora: Philippe Sarde / Montagem: Françoise Bonnot

“Aguirre: A Cólera dos Deuses” de Werner Herzog

(Aventura, Drama, Ação – 95 min – 14 anos – Alemanha – 1972)

Sinopse: No século XVI, algumas décadas após o fim do Império Inca, uma expedição espanhola segue em direção ao rio Amazonas em busca de ouro. Ameaças surgem de todos os lados, nada sai como planejado e o número de baixas só aumenta. Liderando o que sobrou do grupo está o insano Don Lope de Aguirre (Klaus Kinski), impávido na obsessão de encontrar o Eldorado.

Curiosidade: Durante uma noite de produção particularmente turbulenta, Klaus Kinski, irritado com o barulho de uma cabana onde elenco e equipe estavam jogando cartas, disparou repetidamente com um rifle Winchester. Uma das balas arrancou a ponta do dedo de um figurante sem nome. Werner Herzog imediatamente confiscou a arma e continua sendo sua propriedade até hoje.

Direção: Werner Herzog / Roteiro: Werner Herzog/ Direção de Fotografia: Thomas Mauch / Produção: Gustavo Cerff Arbulú / Trilha Sonora: Popol Vuh / Montagem: Beate Mainka-Jellinghaus

“Persona” de Ingmar Bergman

(Suspense, Drama- 85 min – 14 anos – Suécia – 1966)

Sinopse: Após um desempenho na peça “Electra”, uma famosa atriz, Elisabeth Vogler (LIv Ullmann), pára de falar. Sua psiquiatra, Lakaren (Margaretha Krook), a deixa sob os cuidados de Alma (Bibi Andersson), uma dedicada enfermeira. Como já fazem três meses que Elisabet não profere uma palavra, Lakaren decide que ela deva ser mandada para uma isolada casa de praia, com Alma. Na casa Alma fala pelas duas, pois Elisabet continua muda, comunicando-se apenas com pequenos gestos. Com o convívio Alma fica uma pouco enamorada pela atriz. Num dia conta para Elisabeth sobre uma excitante experiência sexual que teve numa praia, com desconhecidos, e a conseqüência desagradável disto. Pouco depois de fazer esta confidência ela lê uma carta que Elisabeth tinha escrito, onde fica chocada ao descobrir que a atriz pensa nela como um divertido objeto de estudo.

Trailer: https://youtu.be/kJ0Mh8Q0NoI

Curiosidade: Na primavera de 1965, Ingmar Bergman foi internado no Hospital Sophia em Estocolmo por pneumonia dupla e intoxicação aguda por penicilina. Enquanto hospitalizado, ele criou o roteiro básico deste filme. Inspirado na peça de um ato de August Strindberg “The Stronger”, uma existência que consistia em pessoas mortas, paredes de tijolos e algumas árvores sombrias do parque e concebida como uma sonata para dois instrumentos. Na primavera de 1965, Ingmar Bergman foi admitido no Sophia Hospital em Estocolmo. Enquanto hospitalizado, ele criou o roteiro básico deste filme. Inspirado na peça de um ato de August Strindberg “The Stronger”, uma existência que consistia em pessoas mortas, paredes de tijolos e algumas árvores sombrias do parque e concebida como uma sonata para dois instrumentos.

Direção: Ingmar Bergman / Roteiro: Ingmar Bergman / Direção de Fotografia: Sven Nykvist / Produção: Ingmar Bergman / Trilha Sonora: Lars Johan Werle / Montagem: Ulla Ryghe

“Mary e Max: Uma Amizade Diferente” de Adam Elliot

(Comédia, Animação – 92 min – 14 anos – Austrália – 2009 )

Sinopse: Mary Daisy Dinkle (Toni Collette) é uma menina solitária de oito anos, que vive em Melbourne, na Austrália. Max Jerry Horovitz (Philip Seymour Hoffman) tem 44 anos e vive em Nova York. Obeso e também solitário, ele tem Síndrome de Asperger. Mesmo com tamanha distância e a diferença de idade existente entre eles, Mary e Max desenvolvem uma forte amizade, que transcorre de acordo com os altos e baixos da vida.

Trailer: https://youtu.be/KPULUwu0Wm8

Curiosidade: Foram necessárias 2.400 colheres de chá de lubrificante para criar o oceano quando Max se imagina em uma ilha deserta.

Direção: Adam Elliot / Roteiro: Adam Elliot / Direção de Fotografia: Gerald Thompson / Produção: Mark Gooder, Iain Canning, Tom Wild / Trilha Sonora: Dale Cornelius / Montagem: Bill Murphy.